terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Liberté, Egalité et Fraternité!

''Havia alguma coisa hilariante nos tremores de prazer quecorreram pela sua espinha e apertaram-lhe o pescoço, passando pelos braços, até os dedos; sentiu-se ligado pela primeira vez na vida...'' A Linha da Beleza - Alan Hollinghurst

Século XXI, o novo século, novo milênio, e após décadas e décadas de lutas por um mundo livre, igualitário, sem preconceitos. Há oito, quase nove, anos atrás começou a era da liberdade, ou pelo menos deveria, uma vez que já tínhamos passado pelas revoluções industriais, lutas pelos direitos trabalhistas, igualdade feminina, duas guerras mundias e milhares de guerras menores, a luta para salvar os judeus, o começo da AIDS como epidemia, a málaria, os jovens lutando pelos seus ideais, passamos pelo movimento hippie, 'o sonho acabou' e com a entrada no novo milênio ele renasceu.

Agora, mais do que nunca as pessoas lutam para serem originais, diferentes e únicas, em meio a esse mundão de pessoas iguais e conformadas a seguir os padrões morais do politicamente correto, e muitas realmente falam com convicção que são originais por terem inventado uma 'moda', e desde quando isso é ser original? Ser original, é ser você mesmo, independente de inventar algo ou não, é ser o espelho da sua própria alma, sem máscaras, sem ser para o seu amigo um pessoa e para seu pai ser outra totalmente diferente, é se aceitar como você é e fazer o que você quiser sem se preocupar com o que a sociedade vai pensar.

Antes, eu pensava ''nooossa, como a geração da minha mãe e da minha vó (etc) é 'quadrada'!'', e com o tempo, agora que eu resolvi aumentar o meu convívio social e, passei a observar melhor as diferentes pessoas de diferentes idades, percebi que são todas iguais e que a maioria dos jovens de hoje pensam exatamente como a minha avó, sim, esses mesmos jovens que se dizem 'modernos', conheci skinheads (que são bonzinhos), conheci amigos que são suuuper preconceituosos, e conheci gente que já sofreu preconceito moral, que é o que eu acho que é uma das coisas que mais acontecem hoje em dia, nós já passamos da luta pela liberdade sexual (em geral e não apenas de sexo aqui), e ainda assim, existem muitos preconceitos em relação a isso, e por causa desse deslize de moral das muitas pessoas que adoram julgar as outras, as pessoas que tentam ser originais e fugir do padrão de sociedade perfeita, sofrem e acabam por não alcançar a felicidade, pois somos todos iguais em matéria de sentimento e, mas quando acontece de nos apaixonarmos, os que fogem do padrão, normalmente têm a infelicidade de o(a) 'amado(a)' ter aquele amigo que ama dar adjetivos, fazer fofoca, e faz com que ele(a) nem sequer se preocupe em te conhecer antes de formar uma opinião.

Eu, já passei por inúmeras fases em minha curta vida, eu já fui de julgar tudo e todos, já uma pessoa fria, já fui uma pessoa morna e cheguei a conclusão de que eu prefiro ser calorosa, ser do 'tipo' que quando está feliz, grita que está feliz e que quando está triste chora, que quando ama, ama de verdade, que prefere conhecer várias pessoas e ter vários amigos e ouvir vários opiniões, pertencer a grupos diferentes, ouvir sons diferentes, vestir cada dia as roupas que dão vontade de vestir, sem ligar para a 'moda' atual, ou então para o 'estilo' que vão me taxar (não sei como se escreve). Aprendi que é melhor falar o que eu penso, e falar sempre que eu precisar, ao invés de guardar as palavras e emoções dentre de mim. Sou aquela que quando fica com raiva, explode na hora, reclama, briga, ameaça, faz bico, chora, e que no outro dia está feliz denovo. Como diz o melhor professor que tive, o mundo precisa de pessoas com emoções de verdade, que gostam de abraçar, falar ao vivo, que sejam mais pessoas e menos máquinas, já que as máquinas não fazem amor com você. Por último eu notei que nem todo mundo que eu conheço é meu amigo, mas que cada vez que eu conheço mais gente eu consigo achar alguns que sei que serão para a vida toda e, da pior forma também vi que muitos dos que eu considerava e confiava como amigos, me julgam pelas costas, e sei que mesmo quando tudo está mal, sempre existirá alguém para me ajudar.

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A citação que inicia o texto foi retirada do livro A Linha da Beleza (The Line of Beauty) do Alan Hollinghurst que eu ainda estou lendo e já posso dizer que é um dos melhores livros que já li em minha vida, recomendo!
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Meu computador pegou um vírus e eu estou doidinha aqui excluindo tudo e arrumando algumas coisas antes de formatar, e estou tendo que usar o eBuddy, péssimo. =/

Beeeijos ;*

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