sexta-feira, 29 de maio de 2009

Jovens tecendo sonhos

Logo cedo, no caminho da escola, vejo mendigos, crianças pedintes e jovens guardadores de carros. Ao sair no fim de semana, passo por outras partes da cidade e a visão é a mesma. No Brasil o índice de analfabetismo é de 12,4% e o de analfabetos funcionais e de 24,7%, pessoas não conseguem ler e escrevem bem pouco. Essas pessoas, ao tentar uma vida melhor, mesmo se esforçando não conseguem afinal, está difícil para todos conseguir um emprego. E, quando eu acordo de manhã e sigo meu caminho para a escola, é com essas pessoas que encontro, pessoas que na falta de qualificações tem que trabalhar com as coisas mais humildes e as vezes até pedir esmola. Alguns, ao ver que as pessoas se comovem com o sofrimento dos pedintes acabam por se passar por morador de rua e, nós passamos a nos sentir enganados quando vem alguém pedir esmola, vender bala, rosa, pano de prato, etc., com razão. Mas, e os que realmente precisam? Todos falam que dar esmola é errado, que devemos fazer algo para realmente mudar a vida da pessoa. Como? Quem se dedica a ajudar um pobre estudar a estudar? Quem tenta ensinar ao às crianças e jovens? Quem escolhe um tempo por semana para se doar? Pouquíssimos. E muitos ajudam instituições apenas financeiramente, mas dar dinheiro não seria a mesma coisa que esmola? Quem está certo? Quem se doa ou quem paga?  Em muitas favelas e também em cidades do nordeste, se destacam pessoas que enfrentaram preconceito da sociedade e criaram projetos para ajudar os jovens, um bom exemplo são as orquestras que são formadas nessas regiões e hoje o que começou com uma pessoa ensinando instrumentos a um pequeno grupo tornou-se um projeto com centenas de jovens, e continua a crescer, e o principal motivo é que com as orquestras eles aprenderam a importância do trabalho em equipe, aprenderam a valorizar o outro, a respeitar o outro e principalmente, que do mesmo jeito que foram ajudados, devem ajudar, para que mais jovens possam ter um futuro melhor. E nós, que não passamos necessidade alguma, que estudamos em boa escola, temos um bom lar, o que nós fazemos para ajudar? Não é muito difícil, nós não precisamos levar um mendigo para casa, nem ir à uma favela, basta ajudar aquele colega que vai mal na escola, aquela amiga que está com problemas em casa, dar um pouco de atenção já fará com que a pessoa se sinta melhor e, isso é o que chamamos de solidariedade. Outra coisa importante é sermos justos, zoar alguém só porque todos o fazem é sinal de fraqueza, de falta de identidade, por quye não tentar saber mais sobre a pessoa e deixar o preconceito de lado? Um pequeno gesto fraterno pode, não mudar o mundo, mas mudar a vida de uma pessoa, o que já é suficiente. Os jovens, antes de entrarem para as orquestras passavam o dia na rua, alguns até entraram no tráfico, mas graças à bondade de alguém, eles passaram a ter uma vida normal e  feliz, e o mais importante, agora podem sonhar com um futuro ainda melhor. Com pequenos gestos, nós podemos ajudar outras pessoas a ter uma vida melhor e até a sonharem.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Insegurança

Confusão mental. Não o que eu sinto, ou melhor sei. E tenho medo. Eu tenho medo de tudo, do mundo, da vida, das pessoas, das reações. Das reações de uma pessoa no meu mundo. E se tudo acabar?

Sol Prado